Bruno Uchoa Borgongino

 ­MEDIEVALPOC: RAÇA, IDADE MÉDIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE HISTÓRIA A PARTIR DE UMA PÁGINA NO TUMBLR

 

Bruno Uchoa Borgongino

 

No ano de 2001, o artigo The difference the Middle Ages makes: color and race before the Modern World introduzia a coletânea sobre raça e etnicidade na Idade Média do número especial do Journal of Medieval and Early Middle Ages Studies. Escrito por Thomas Hahn, o texto contribuiu para que tópicos sobre raça, principalmente sobre os negros e a negritude, recebessem maior atenção nos Estudos Medievais (HAHN, 2001). Posteriormente, o trabalho de Geraldine Heng  (HENG, 2018) e o esforço conjunto do Medievalists of Color viabilizaram um giro racial para a área. No mundo de língua inglesa, já ocorrem eventos específicos acerca do tema, como o RaceB4Race, além de projetos de ensino sobre raça no medievo. No Brasil, todavia, desconheço iniciativas correlatas consistentes; mesmo a pesquisa sobre o tema ainda é incipiente, contando com poucas investigações em curso.

 

Os estudos sobre negros e negritude na Idade Média são recentes, mas já dispõe de dados e reflexões suficientes para contribuírem na formação de professores de História em nosso país. O presente trabalho tem como objetivo apresentar possibilidades para a abordagem do tema em turmas de disciplinas obrigatórias em História Medieval de cursos de Licenciatura em História, tendo como base o perfil MedievalPOC na plataforma virtual Tumblr. Cabe salientar que esta comunicação resulta do esforço recente de pesquisa e reflexão sobre a prática docente num campo dos Estudos Medievais ainda em vias de consolidação. Nesse sentido, concateno reflexões iniciais com minhas primeiras experiências práticas de ensino do tema.

 

Uma Idade Média branca?

 

Duas pré-concepções a respeito da Idade Média são ainda muito recorrentes, mesmo nos círculos acadêmicos. A primeira seria a de que não haveria negros no período. A segunda, de que a sociedade cristã medieval era indiferente à cor da pele. Todavia, estudos recentes demonstraram que tais premissas eram infundadas, revelando um mundo medieval onde a diversidade fisionômica humana era percebida, representada e mesmo classificada (HAHN, 2001; HENG, 2018)

 

Essa concepção sobre o período se consolida concomitantemente à afirmação do regime de poder da branquitude, ou seja, no decorrer do oitocentos. Foi no século XIX, quando da institucionalização universitária dos Estudos Medievais, em que se construiu uma pré-modernidade homogeneamente branca, onde os não-brancos não teriam participação (RAMEY, 2014). Além disso, medievalismos populares diversos favoreceram a disseminação dessa imagem para além dos círculos acadêmicos.

 

A suposta branquitude medieval está profundamente arraigada em nossa consciência história. O conceito, que remete à obra de Jörn Rüsen, refere-se a todo pensamento histórico, seja o da pessoa comum ou do historiador profissional, pois diria respeito à convergência entre o saber histórico obtido cientificamente (teoria) e seu uso na vida concreta (práxis). Segundo o autor, o homem precisar viver no mundo se relacionando consigo mesmo, com os demais e com a natureza; para tanto, precisa agir intencionalmente. Essa intencionalidade do agir é orientada, no plano temporal, pela interpretação das experiências de si mesmo e do mundo no decurso do tempo. A consciência histórica seria resultante desse processo de interpretação das experiências do tempo para a orientação intencional do agir no tempo (RÜSEN, 2001).

 

A interpretação excludente de experiências no tempo pode acarretar orientações excludentes das intenções e do agir no presente. Ao recusarmos a partilha do passado, possibilitamos a negação de, no presente, construir um futuro conjunto. Supor a existência de um tempo em que não havia negros constitui em mais um refúgio cômodo em nossa consciência histórica ao pacto narcísico que sustenta a branquitude (BENTO, 2002). Revisar essa arraigada certeza sobre o passado pode reorientar nosso agir intencional no tempo, levando-nos a interpretações que potencializem os horizontes de reparação histórica e equidade.

 

O perfil @MedievalPOC

 

O Tumblr consiste numa rede social e plataforma de microblogging comercialmente fundada pelo empresário David Karp em 2007. Através desse serviço, o usuário pode postar conteúdos multimídias, incluindo textos, imagens e vídeos. Foi nesse espaço virtual em que surgiu a página People of Color in European Art History, administrada pela ativista Malisha Dewalt, através do perfil MedievalPOC – sendo POC a abreviação de “people of color” (pessoa de cor). O material ali disponibilizado era eventualmente replicado no Twitter e no Facebook, até as atualizações serem descontinuadas em meados de 2019. Apesar da interrupção do projeto, o que foi compartilhado continua disponível para consulta.

 

Segundo Dewalt, o objetivo do blog no Tumblr consistia em exibir um acervo de obras de arte europeias com pessoas de cor, focando o período compreendido entre o fim do Império Romano e o século XVII. Sua motivação era desconstruir a concepção de que não existia pessoas negras antes do lluminismo. De acordo com uma entrevista que concedeu ao jornal Pacific Standard, a iniciativa surgiu de discussões constantes na internet sobre a suposta ausência de negros no medievo. Dewalt percebeu que mesmo amigos que a apoiavam acreditavam no mito do passado medieval branco sustentado pelos supremacistas, pois nunca foram apresentados a uma interpretação alternativa (PACIFIC STANDARD, 2007).

 

O menu principal do blog contém: um FAQ, onde MedievalPOC responde as perguntas mais frequentes; uma aba esclarecendo a missão do projeto People of Color in European Art History; um botão para que o visitante possa se tornar um patrono do trabalho da MedievalPOC; o acervo artístico organizados em abas, ordenado cronologicamente; aba com livros; um botão que direciona à loja virtual de Malisha Dewalt; por fim, um campo para realização de buscas. Logo, o conteúdo foi disposto organizadamente, podendo ser consultado de modo intuitivo.

 

O acervo artístico foi composto por obras de diferentes tipos, contando com iluminuras, relicários, monumentos funerários, dentre outros. Todas as imagens contam com as devidas referências de onde foram obtidas.

 

Raça na Idade Média: possibilidades da BNCC

 

Na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), os temas de História Medieval são dispostos nos anos finais do Ensino Fundamental – predominantemente, no sexto ano. O documento não prevê questões relacionadas à presença e à percepção do negro no mundo cristão latino medieval. Todavia, na unidade temática Lógicas de organização política, há o objeto de conhecimento O mediterrâneo como espaço de interação entre as sociedades da Europa, da África e do Oriente Médio, cuja habilidade específica consiste em “(EF06HI15) Descrever as dinâmicas de circulação de pessoas, produtos e culturas no Mediterrâneo e seu significado” (BNCC, 2017). Enfatizando a mobilidade e as interações mediterrânicas em si, as modalidades de percepção não estão explicitadas no Ensino de História Medieval na BNCC.

 

A primeira menção à questão étnico-racial consta no currículo do sétimo ano, na unidade temática A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano, numa das habilidades: “(EF07HI12) Identificar a distribuição territorial da população brasileira em diferentes épocas, considerando a diversidade étnico-racial e étnico-cultural (indígena, africana, europeia e asiática)” (BNCC, 2017). A menção retorna nos conteúdos previstos para o oitavo ano, onde, na habilidade referente ao objeto de conhecimento Nacionalismo, revoluções e as novas nações europeias, lê-se: “(EF08HI23) Estabelecer relações causais entre as ideologias raciais e o determinismo no contexto do imperialismo europeu e seus impactos na África e na Ásia” (BNCC, 2017). Em outro objeto conhecimento do sétimo ano, consta a referência ao darwinismo social e ao racismo. Por fim, é previsto para o nono ano a identificação das medidas de combate ao racismo no processo de redemocratização do Brasil da década de 1980.

 

Portanto, embora a BNCC não oriente que a tópica racial seja abordada antes da colonialidade moderna, dispõe de diretrizes que possibilitariam a inclusão de questões referentes à raça no medievo. Na unidade temática Lógicas de organização política, conta um objeto de conhecimento intitulado O Mediterrâneo como espaço de interação entre as sociedades da Europa, da África e do Oriente Médio; na mesma unidade, no objeto A passagem do mundo antigo para o mundo medieval / A fragmentação do poder político na Idade Média, lê-se como habilidade: “(EF06HI14) identificar e analisar diferentes formas de contato, adaptação ou exclusão entre populações em diferentes tempos e espaços” (BNCC, 2017)Nesse aspecto, o contato com documentos produzidos no dito “Ocidente cristão” que contenham personagens negros oportuniza a discussão com os professores em formação sobre as relações de identidade e alteridade na Idade Média – tanto as das nossas expectativas, quanto as que efetivamente percebemos nas fontes.

 

Em outra unidade temática, Trabalho e formas de organização social e cultural, consta o objeto de conhecimento O papel da religião cristã, dos mosteiros e da cultura na Idade Média, tendo como habilidade: “(EF06HI18) analisar o papel da religião cristã na cultura e nos modos de organização social no período medieval” (BNCC, 2017). O que significaria, para a sociedade medieval, incluir sujeitos negros em sua produção artística e intelectual? Como o cristianismo influenciava na percepção que então se tinha da negritude? Portanto, o tópico pode ser mobilizado na preparação de professores aptos a incluírem a temática racial, sempre pertinente, também nas aulas a respeito da Idade Média.

 

MedievalPOC em cursos de formação de professores

 

Tradicionalmente, a primeira aula das disciplinas obrigatórias de História Medieval em cursos de graduação é dedicada aos diversos pré-conceitos sobre a Idade Média que foram construídas ao longo do tempo. Uma dessas concepções criadas em épocas anteriores foi o de um medievo homogeneamente branco. Formou-se nos oitocentos uma consciência histórica acerca do medievo fundamentado na ideia de que as nações europeias, que supostamente se formaram na Idade Média, deteriam uma essência racial originária. O problema consiste no quão arraigada permaneceu essa consciência, acarretando formas de agir em nosso presente que favorecem a branquitude. Muitas vezes, professores em sala de aula reproduzem esses estereótipos acerca do medievo, mas por falta de referências alternativas. Compete ao formador de professores apresentar essa Idade Média mais diversificada do que nos acostumamos a imaginar.

 

Cabe destacar as potencialidades do emprego de fontes visuais disponibilizadas pelo MedievalPOC nesse sentido. O manejo de imagens como documento histórico consiste numa abordagem didática amparada por ampla pesquisa especializada. Por esta razão, atenho-me aqui em sugestões práticas para seu uso em sala.

 

Uma abordagem que têm se mostrado exitosa na disciplina obrigatória de História Medieval (que, no curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Pernambuco, consiste num único curso de noventa horas semestrais) é de não iniciar a aula com as imagens do MedievalPOC. Ao invés disso, começo expondo cartazes e cenas de filmes e séries recentes, chamando a atenção para a composição étnico-racial do elenco. Na maior parte das vezes, os personagens são todos brancos. Quando negros, geralmente são apresentados como deslocados temporalmente ou espacialmente, com pretextos narrativos para excepcionalmente estarem ali – como serem de terras muito distantes ou serem viajantes do futuro (YOUNG, 2019).

 

Nesta primeira etapa, o objetivo é explicitar para a turma como a todo momento recebemos acriticamente imagens de uma Idade Média homogeneamente branca, com os negros sendo caracterizados como não-pertencentes ao medievo. Um exercício particularmente instigante pode ser expor um levantamento de comentários na Internet a respeito de produções recentes de ambientação medieval que incluem personagens negros. Os reclames de falta de acuidade histórica devem ser destacados (YOUNG, 2019). O momento seguinte da aula deve ser destinado à apresentação de imagens selecionadas do perfil MedievalPOC devidamente referenciadas. Assim procedendo, será evidenciado um contraste entre o estabelecido na consciência histórica contemporânea acerca do passado medieval e a representação da diversidade humana pelos medievais propriamente ditos.

 

Durante a Idade Média, era frequente com que demônios, grupos marginalizados e não-cristãos fossem caracterizados como negros. Parcela significativa das imagens presentes no MedievalPOC encenam os personagens negros em posição de negatividade, de inferioridade ou de oposição à fé cristã. O principal oponente enegrecido é o sarraceno. Cabe, nesse tocante, sublinhar as especificidades da raça no medievo: dotadas de evidente valor simbólico, a cor e a fisionomia seriam demarcadoras de diferença, mas que sempre acompanhariam outros crivos, como a profissão religiosa ou o gênero. Nesse contexto, de que maneira a racialização contribuiria na construção de estereótipos negativos do outro?

 

No que concerne a conteúdos de séculos posteriores ao XIII, o MedievalPOC disponibiliza diversas cenas do episódio da Adoração dos Magos em que Baltazar se apresenta como homem negro. O processo de enegrecimento de um dos reis magos foi analisado pela historiografia (HAHN, 2001), resultando em hipóteses instigantes sobre o significado da pretensão inclusiva do universalismo cristão. A abordagem de tais cristãos caracterizados como negros na arte do período pode suscitar discussões proveitosas em sala de aula, que remetem a dilemas da contemporaneidade.

 

Considerações finais

 

Ao contrário do que está profundamente arraigado em nossa consciência histórica, a Idade Média não era um período em que havia apenas pessoas brancas – e dispomos de documentação que viabiliza a referência de um outro medievo, mais heterogêneo. Entretanto, por amplo desconhecimento desse material, inviabiliza-se ações que tenham referência nesse passado plural e se propicia com que o medievo permaneça o confortável refúgio temporal da branquitude.

 

No decorrer deste trabalho, propus o recurso ao acervo digital de arte medieval com pessoas de cor disponibilizado por MedievalPOC, na plataforma Tumblr. Embora tenha cessado as atividades, a página administrada pelo perfil segue ofertando essas imagens. Argumentei as potencialidades desse corpus em disciplinas obrigatórias de História Medieval em cursos de Licenciatura em História, nos quais os professores que atuarão no ensino básico são formados. Embora a BNCC não preveja explicitamente que o negro e a negritude sejam temas de debate nas aulas de medieval, defendi que o professor em formação deve ser preparado para ensinar tais conteúdos.

 

Referência biográfica

Dr. Bruno Uchoa Borgongino, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPE, coordenador do LEOM – Laboratório de Estudos de Outros Medievos.

 

Sites

BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM. 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase Acessado em 29 de abril de 2021.

 

Yes, there were people of color in pre-modern Europe. Pacific Standard, 2017. Disponível em: https://psmag.com/education/yes-there-were-poc-in-medieval-europe Acessado em 05 de maio de 2021.

 

Referências bibliográficas

 

BENTO, M. A. S. Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder públicoSão Paulo: Universidade de São Paulo, 2002.

 

HAHN, T. The difference the Middle Ages makes: color and race before the modern world. Journal of Medieval and Early Modern Studies, 2001. v. 31, n. 1, p. 1–38.

 

HENG, G. The invention of race in the european Middle Ages. Princeton: Princeton University, 2018.

 

RAMEY, L. T. Black legacies. Race and the european Middle Ages. Gainesville: University Press of Florida, 2014.

 

RÜSEN, J. Razão histórica: teoria da história: fundamentos da ciência histórica. Brasília: UnB, 2001.

 

YOUNG, H. Whitewashing the “real” Middle Ages in popular media. in: Whose Middle Ages? Teachable moments for an ill-used past. New York: Fordham University, 2019, p. 233–242.

8 comentários:

  1. Olá Bruno!

    Excelente texto!

    Eu não conhecia o MedievalPOC. Fiz uma visita rápida à página e me veio uma pergunta à cabeça: em que medida a demonstração da existência de "pessoas de cor" no período entre os séculos V e XV pode ajudar a desconstruir o próprio conceito de "Idade Média" - que é, como você bem frisou, eminentemente branca?

    Esclareço a pergunta: por um lado, a demonstração nos leva a incluir as "pessoas de cor" dentro do conceito de Idade Média (o que é bom, porque o diversifica), mas nós não poderíamos pensar também no sentido contrário, de que essa inclusão leva a uma anulação da própria noção do que é "medieval"?

    Penso nisso porque os testes que temos feito com a aplicação do conceito a outras espacialidades, não-europeias, frequentemente tem nos colocado diante da cogitação de que o conceito talvez possa ser simplesmente abandonado durante o estudo de outras culturas. Se ele não for abandonado, como pode ser mantido e aberto às "pessoas de cor"? Se for abandonado, usaremos algum outro conceito no lugar? Ou trabalharemos só com o recorte cronológico, sem a necessidade de rótulos historiográficos?

    Outra questão: a demonstração da presença das "pessoas de cor" na História Medieval se limita às fontes de natureza visual/artística? Ou ela pode ser explorada em outras tipologias documentais, como as fontes escritas? Em caso afirmativo, como seria o procedimento para fazê-lo?

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    1. Olá, Felipe! Obrigado pelo comentário e pelas perguntas. Aliás, perguntas muito boas.

      Quanto à primeira pergunta, concordo plenamente contigo. De fato, ao trazer as "pessoas de cor" ao contexto medieval, ao mesmo tempo em que incluímos algo mais ao conceito de Idade Média, expandindo-o, aumentamos nosso desconforto.

      Neste debate sobre a pertinência do conceito de Idade Média ao que não seja o “Ocidente cristão”, temos que considerar dois problemas: a) a coetaneidade, ou seja, as experiências históricas que coexistiam e se conectavam e cujas condições de apreensão poderia ser prejudicada ao pô-las em regimes de temporalidade distintos (o que acaba por cair no risco do eurocentrismo, afinal); b) a institucionalidade, pois o que existe em nossos departamentos de História é a área de História Medieval (dependendo de onde for, ainda é História Antiga e Medieval), e é ela que irá abrigar as pesquisas sobre a Rus de Kiev ou sobre a China da dinastia Song. Não é só abolir o conceito de Idade Média nos artigos científicos, é refundar as bases epistemológicas da História, reorganizar os departamentos universitários, refazer os currículos de graduação... enfim, é repensar muita coisa “desde já” estabelecida.

      Sobre a segunda questão, referente às fontes, minha pesquisa atual consiste justamente na análise de documentos em que constem alusões a negros etíopes. No momento, a abordagem predominante consiste em considerar a negritude como algo que remete simbolicamente à negatividade, mesmo quando o negro é santo (casos de abba Moisés, o Etíope ou, posteriormente, Maurício). Sugiro muito o trabalho da Geraldine Heng e do Cord Whitaker para caso deseje se familiarizar com o tema.

      Espero que tenha respondido à contento!
      Um abraço!

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  2. Olá Bruno, bom dia. Obrigado pela reflexão e contribuição!

    Acredito que o tópico abordado é extremamente importante tanto para quebrar elementos estruturantes do Ensino de História Medieval quanto para uma maior e melhor inserção do campo no cenário brasileiro. No intuito de contribuir com a bibliografia utilizada, sugiro o texto "Racial Thinking in Old Norse Literature: the case of the Blámathr" de Richard Cole, publicado no Saga-Book da Viking Society. O autor dedicou o texto a pensar o conceito de raça, sua aplicação na Europa Nórdica medieval e as ocorrências da palavra "homem negro". Há uma tese sobre o assunto também, mas preciso procurar aqui o título correto.

    Abraços,

    Renan Birro

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    Respostas
    1. Opa, boa noite, Renan! Obrigado pelo seu comentário e agradeço muito pela indicação. De fato, no mundo nórdico, eu não tinha referências.

      Irei atrás do que mencionou!

      Um abraço!

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  3. Qual a importância da representatividade cultural nos estudos de historia para a compreensão e problematização de aspectos sociais e culturais da época estudada?

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  4. A representatividade é algo essencial para entender um povo, uma nação ou até um fato histórico, no contexto da idade média a desinclusão da história negra na Europa pode interferir em um aprendizado mais amplo e concreto sobre a idade média por uma visão mais ampla?

    Att,
    Ana Cristina Pinto Fortes

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  5. A representatividade é algo essencial para entender um povo, uma nação ou até um fato histórico, no contexto da idade média a desinclusão da história negra na Europa pode interferir em um aprendizado mais amplo e concreto sobre a idade média por uma visão mais ampla?

    Att,
    Ana Cristina Pinto Fortes

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